O professor Álvaro Santos Pereira (Universidade de Vancouver, Canadá) colocou ontem no seu blogue "Desmitos" um post que é obrigatório ler para perceber o que devíamos estar a discutir na campanha eleitoral. Aqui fica a reprodução:
Nos últimos dias, a "campanha" eleitoral tem sido constituida por um rol de "factos" que só servem para distrair os(as) portugueses(as) daquilo que realmente é essencial. E o que é essencial são os factos. E os factos são indesmentíveis. Não há argumentos que resistam aos arrasadores factos que este governos nos lega. E para quem não sabe, e como demonstro no meu novo livro, os factos que realmente interessam são os seguintes:
1) Na última década, Portugal teve o pior crescimento económico dos últimos 90 anos
2) Temos a pior dívida pública (em % do PIB) dos últimos 160 anos. A dívida pública este ano vai rondar os 100% do PIB
3) Esta dívida pública histórica não inclui as dívidas das empresas públicas (mais 25% do PIB nacional)
4) Esta dívida pública sem precedentes não inclui os 60 mil milhões de euros das PPPs (35% do PIB adicionais), que foram utilizadas pelos nosso governantes para fazer obra (auto-estradas, hospitais, etc.) enquanto se adiava o seu pagamento para os próximos governos e as gerações futuras. As escolas também foram construídas a crédito.
5) Temos a pior taxa de desemprego dos últimos 90 anos (desde que há registos). Em 2005, a taxa de desemprego era de 6,6%. Em 2011, a taxa de desemprego chegou aos 11,1% e continua a aumentar.
6) Temos 620 mil desempregados, dos quais mais de 300 mil estão desempregados há mais de 12 meses
7) Temos a maior dívida externa dos últimos 120 anos.
8) A nossa dívida externa bruta é quase 8 vezes maior do que as nossas exportações
9) Estamos no top 10 dos países mais endividados do mundo em praticamente todos os indicadores possíveis
10) A nossa dívida externa bruta em 1995 era inferior a 40% do PIB. Hoje é de 230% do PIB
11) A nossa dívida externa líquida em 1995 era de 10% do PIB. Hoje é de quase 110% do PIB
12) As dívidas das famílias são cerca de 100% do PIB e 135% do rendimento disponível
13) As dívidas das empresas são equivalente a 150% do PIB
14) Cerca de 50% de todo endividamento nacional deve-se, directa ou indirectamente, ao nosso Estado
15) Temos a segunda maior vaga de emigração dos últimos 160 anos
16) Temos a segunda maior fuga de cérebros de toda a OCDE
17) Temos a pior taxa de poupança dos últimos 50 anos
18) Nos últimos 10 anos, tivemos défices da balança corrente que rondaram entre os 8% e os 10% do PIB
19) Há 1,6 milhões de casos pendentes nos tribunais civis. Em 1995, havia 630 mil. Portugal é ainda um dos países que mais gasta com os tribunais por habitante na Europa
20) Temos a terceira pior taxa de abandono escolar de toda a OCDE (só melhor do que o México e a Turquia)
21) Temos um Estado desproporcionado para o nosso país, um Estado cujo peso já ultrapassa os 50% do PIB
22) As entidades e organismos públicos contam-se aos milhares. Há 349 Institutos Públicos, 87 Direcções Regionais, 68 Direcções-Gerais, 25 Estruturas de Missões, 100 Estruturas Atípicas, 10 Entidades Administrativas Independentes, 2 Forças de Segurança, 8 entidades e sub-entidades das Forças Armadas, 3 Entidades Empresariais regionais, 6 Gabinetes, 1 Gabinete do Primeiro Ministro, 16 Gabinetes de Ministros, 38 Gabinetes de Secretários de Estado, 15 Gabinetes dos Secretários Regionais, 2 Gabinetes do Presidente Regional, 2 Gabinetes da Vice-Presidência dos Governos Regionais, 18 Governos Civis, 2 Áreas Metropolitanas, 9 Inspecções Regionais, 16 Inspecções-Gerais, 31 Órgãos Consultivos, 350 Órgãos Independentes (tribunais e afins), 17 Secretarias-Gerais, 17 Serviços de Apoio, 2 Gabinetes dos Representantes da República nas regiões autónomas, e ainda 308 Câmaras Municipais, 4260 Juntas de Freguesias. Há ainda as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, e as Comunidades Inter-Municipais.
22) Nos últimos anos, nada foi feito para cortar neste Estado omnipresente e despesista, embora já se cortaram salários, já se subiram impostos, já se reduziram pensões e já se impuseram vários pacotes de austeridade aos portugueses. O Estado tem ficado imune à austeridade
Isto não é política. São factos. Factos que andámos a negar durante anos até chegarmos a esta lamentável situação. Ora, se tomarmos em linha de conta estes factos, interessa perguntar: como é que foi possível chegar a esta situação? O que é que aconteceu entre 1995 e 2011 para termos passado termos de "bom aluno" da UE a um exemplo que toda a gente quer evitar? O que é que ocorreu entre 1995 e 2011 para termos transformado tanto o nosso país? Quem conduziu o país quase à insolvência? Quem nada fez para contrariar o excessivo endividamento do país? Quem contribuiu de sobremaneira para o mesmo endividamento com obras públicas de rentabilidade muito duvidosa? Quem fomentou o endividamento com um despesismo atroz? Quem tentou (e tenta) encobrir a triste realidade económica do país com manobras de propaganda e com manipulações de factos? As respostas a questas questões são fáceis de dar, ou, pelo menos, deviam ser. Só não vê quem não quer mesmo ver.
A verdade é que estes factos são obviamente arrasadores e indesmentíveis. Factos irrefutáveis. Factos que, por isso, deviam ser repetidos até à exaustão até que todos nós nos consciencializássemos da gravidade da situação actual. Estes é que deviam ser os verdadeiros factos da campanha eleitoral. As distracções dos últimos dias só servem para desviar as atenções daquilo que é realmente importante.
Álvaro Santos Pereira
A Portugal Telecom acompanha as tendências mundiais no mercado das comunicações e direcciona o seu investimento no sentido de antecipar o crescimento exponencial de dados e o aumento das necessidades das empresas a este nível, posicionando-se como um player no mercado europeu. Este Data Center posicionar-se-á como um pólo de exportação de capacidade de armazenamento de dados de empresas europeias e de serviços tecnológicos.
Este centro que dará, igualmente, o suporte à oferta de novos serviços PT, que irão tirar partido da moderna rede de Fibra Óptica que está a ser instalada em Portugal, e terá o seu foco na disponibilização de serviços de cloud computing a grandes empresas e PMEs, disponibilizando-lhes acesso a soluções que permitirão uma redução significativa nos custos de investimento inicial em tecnologias de informação e potenciarão a inovação através da adopção de novos serviços tecnológicos.
No seguimento da sua estratégia de criação em Portugal de condições que permitam a competitividade e modernização do tecido empresarial, a Portugal Telecom irá construir um inovador e moderno centro de processamento de Dados (ou Data Center), que deverá entrar em funcionamento no 2º semestre de 2012, e será suportado por uma rede de comunicações de fibra óptica de alto débito que o ligará às principais redes mundiais de comunicações.
Este novo Data Center irá diferenciar-se pelas suas elevadas capacidades tecnológicas de serviços de computação de nova geração e elevados níveis de sustentabilidade:
- Terá capacidade de alojamento para cerca de 50 mil servidores, com capacidade de 20 Petabytes, o equivalente ao armazenamento de 50 milhões de filmes em qualidade HD;
- Irá duplicar a capacidade de Data Centers em Portugal, quando entrar funcionamento em 2012; - Será um centro exportador de capacidade de armazenamento de dados e serviços de cloud computing já que através dele a PT se assumirá como um player neste mercado, a nível europeu;
- Terá uma área de implementação de 45.000 m2 (o equivalente a cerca de 10 Pavilhões Atlântico ou 200 courts de ténis), incluindo zonas de equipamentos, áreas técnicas e escritórios;
- Prevê criar mais de 500 postos de trabalho, directos e indirectos, qualificados e especializados, tendo em conta a potencial criação e desenvolvimento de negócios na região;
- Será uma referência mundial em termos de eficiência energética, com poupanças de 93.000 toneladas de CO2 e de 40% no consumo de energia, com utilização de sistemas de refrigeração ambientalmente responsáveis de free cooling (de acordo com o Instituto de Meteorologia a Covilhã apresenta das melhores condições ambientais, temperatura do ar e humidade que maximizam os sistemas de arrefecimento) e aproveitamento de energia solar.
Associado às infra-estruturas implementadas, será também criado um Centro de Inovação em Tecnologias de Informação que permitirá atrair para a região núcleos empresariais nacionais e internacionais, que contribuirão para o desenvolvimento económico da região e potenciarão a articulação com o meio académico e de investigação através da Universidade da Beira Interior.
(picado daqui)










